31 outubro 2007

Energias alternativas para os automóveis

No futuro onde os carros são movidos através de motores eléctricos podemos ir buscar energia a dois locais: as baterias e ao fuel cell.
Na minha opinião, sustentada por este artigo, só as baterias são o futuro.
Obviamente que é uma tecnologia que necessita de amadurecer de modo a conseguirmos carregar completamente as baterias em minutos e que estas permitam o carro ter uma autonomia parecida aos carros dos dias de hoje, enquanto não chegar a este patamar não iremos assistir a uma mudança de tecnologia nos automóveis.
E depois temos as fuel cell, feitos com hidrogénio que geram energia eléctrica. Esta tecnologia é o que mais se aproxima do nosso combustível pois necessitamos de ir à bomba atestar o depósito. Neste momento é também uma tecnologia em desenvolvimento e ainda não permite dar uma autonomia comparável com os motores de combustão.
Mas para mim, o fuel cell é a pior alternativa por duas razões:
O custo da sua produção em que tanto as baterias como o fuel cell necessitam de energia eléctrica mas é necessário muito mais para a fuel cell, que efectuam um conjunto complexo de reacções químicas para separar o hidrogénio do oxigénio enquanto que para carregar baterias é "directo" e as perdas de energia são muito menores.

Mas se a tecnologia das baterias prevalecer as empresas petrolíferas vão desaparecer porque simplesmente vão deixar de ser necessárias (pelo menos da forma como necessitamos nos dias de hoje) porque iremos carregar as baterias em todo o lado (em casa, nos estacionamentos) onde seja colocada uma tomada!
Por isso temos e teremos cada vez mais o lobby do petróleo (com a força que todos sabemos) a impingir a todos nós as maravilhas do fuel cell simplemente para continuarmos dependentes das bombas de combustível.

Eu sou apenas um curioso mas se vos chamei a atenção leiam o artigo e não deixem que os senhores do petróleo vos coloquem fuel cell nos vossos carros...

Mobilidade automóvel no século XXI - O hidrogénio não constitui a melhor alternativa

7 comentários:

Marco disse...

Então e o metano, onde fica? Tanta gente com "energia acumulada" para dar e vender, sem ser aproveitada... ;)

Unknown disse...

O metano é também um poluente muito forte ou ainda não apanhaste uma descarga no elevador!
O metano é, também ele, um combustível utilizado nos motores de explosão (que estão muito ineficazes).
Para aproveitamento dessa energia no mundo seria mais eficaz o tratamento em centrais metanais que geravam electricidade.

Marco disse...

Isto fez-me lembrar o último "Diz que é Uma Espécie de Magazine", em que o RAP aparece com uma pança a dizer que está gravido, e lhe dizem que aquilo são gases. Ele responde "Você está a dizer que o meu filho são bufas?". Agora poderia dizer que é uma fonte de energia renovável...

Pipe Shadow disse...

Enquanto houver petróleo para todos, nao vamos sair disto... Quando começar a faltar vão começar a aparecer alternativas em catadupa que estavam guardadas no bolso de uns quantos!

Clairvoyant disse...

Os meus comentários estão desfasados no tempo porque só à pouco comecei a dar atenção ao teu blog, mas este até não fica desactualizado.

Vejo que gostas de estar informado sobre a actualidade no geral, e portanto vou colocar-te uma questão que coloquei à minha mulher em conversa quando iamos de carro a debater este mesmo assunto.

O único problema que se me coloca em relação ao uso de baterias é a questão dos resíduos. Todos sabemos que não são infinitas, possuindo actualmente uma durabilidade que vai até 5 ou 6 anos. Ora quando falamos de algumas dezenas de carros experimentais, isso não se coloca como problema ambiental. Mas e se a tecnologia evoluir e for universalmente aceite o uso de baterias? O que faremos a biliões de baterias quando a sua vida útil expirar? Não se tornarão elas mesmas um poluente grave? Reciclar é a chave, mas conseguiremos controlar todos os agentes poluentes dessas baterias? E os que não conseguirmos identificar até que se tornem uma ameaça grave como estão a ser presentemente os gases resultantes da combustão fóssil?

Outro detalhe é que a indústria petrolifera não terá um fim anunciado como muitas pessoas gostariam. Os combustíveis são apenas alguns dos produtos derivados do petróleo, e que ainda assim, servem para a produção de grande percentagem da energia eléctrica que consumimos. Poderá ser colmatado com a utilização massiva de fontes renováveis como a solar e a eólica, mas e os plásticos? E o vestuário? Muitas fibras texteis usam derivados do petróleo.

A revolução necessária não é apenas ao nível dos combustiveis, é muito profunda e vai às raízes das sociedades desenvolvidas. O petróleo está em todo o lado, e de forma tão disseminada que se torna subtil. Vamos substituir todos esses produtos com quê? Trabalho de casa para os engenheiros de materiais.

Basicamente estamos lixados, criámos um hábito de dependencia tão forte com o petróleo que cortar com esses laços é como fazer um desmame de uma droga pesada. Quem estaria disposto a baixar o seu nível de vida sabendo tudo o que implica a não utilização daquela gosma preta?

Unknown disse...

Clairvoyant,

Ora aí está uma visão global em que nunca tinha pensado.

Em relação às baterias, elas já são actualmente totalmente recicladas (conheço as actuais em chumbo). Neste momento todo o chumbo das baterias são derretidas em fornos e transformados em lingotes para outras empresas, o plástico é conhecido, e todas os líquidos são processados numa etar. Para o lítio ou qualquer outra coisa haverá um processo semelhante. Neste momento estamos tão ambientalmente conscientes que os erros do passado não irão acontecer. Estima-se que as baterias durem 8 anos, não me parece que este problema seja de difícil resolução.

Com isto não iremos ficar livres do petróleo mas iremos gasta-lo de uma forma bem mais eficaz. Um carro aproveita aprox. 30% da capacidade energética do combustível, uma central termoeléctrica 70% e como tu disseste ontem era a carvão, hoje a gaz, amanha a sol e vento...

Para a quantidade de petróleo que ainda existe na Terra, não me preocupo minimamente com tudo o resto que é feito com petróleo. Não te esqueças que só por a economia mundial entrar numa ligeira recessão o preço passou de 140 para 35 USD!!!

Neste cenário vejo 2 problemas:
- Não estamos apenas a mudar do cartel do petróleo para o cartel do Lítio?
- Se todos os carros são eléctricos, onde é que os governos vão buscar os dinheiro que vinha do imposto sobre produtos petrolíferos. Agora os carros 100% eletricos não têm ISV, por quantos anos vai ser assim?

Clairvoyant disse...

Um dos problemas com as baterias de ácido (as que usam placas de chumbo) é o seu peso. Com certeza já pegaste numa e verificaste que literalmente pesa como chumbo. À ultima informação que tive, seriam necessárias baterias que somavam cerca de 600 kg para cada viatura, o que acrescenta um peso enorme ao carro. Outro problema é que não podem ser as baterias normais que usamos nos carros a combustão, porque essas não são de ciclo completo. Poderás já ter ouvido que uma bateria de carro quando descarrega totalmente pode já não aceitar carga novamente, estando preparadas apenas para aquilo que fazem, fornecer corrente ao motor de arranque por uns instantes e depois carregar de novo a partir do alternador. Ou seja, quase não perdem carga de cada vez que são solicitadas.

A solução (não estou muito dentro do assunto, por isso não aceitar esta informação como certa) está a chegar dos telemóveis. A evolução das baterias de litio foi tal que pela necessidade, se tornaram muito leves e com grande indice de capacidade (capacidade/volume), estando o problema das cargas a meio ciclo cada vez mais reduzido, evitando assim que estas se viciem como no início.

Respondendo à tua pergunta dos carteis, numa solução adoptada à escala mundial, terás forçosamente de os ter. Haverá sempre alguém que por ter capacidade de resposta a tão grande desafio, bloqueia o mercado e fica na frente. Podem ser apenas meia dúzia de entidades, mas tenderão a fechar-se numa política comum para defesa dos seus interesses económicos. Energia barata não vais ter como até à algum tempo.

E sobre a questão dos impostos, não preocupes essa cabecinha, os governos são peritos em encontrar formas de taxação. Se for inconstitucional, altera-se a constituição.