31 março 2008

Quinta do Avô

Este fim de semana fui, provavelmente, a última vez à quinta do meu avô para recolher os últimos pertences de algum valor (que ainda n tinham sido roubados) e deixar o local com a convicção de que aquele local já deixou de ser "meu"...

Um local onde as lembranças me levam às minhas primeiras lembranças e que continuam até hoje. Se tivesse que eleger o local mais "mítico" seria certamente a "Quinta do Avô".

Foi lá que aprendi a andar de bicicleta... e a sentir na pele que as roseiras magoam.
Foi lá que aprendi a andar de mota e de carro.
Muito eu brinquei dentro da fábrica, um local excelente para brincadeiras e asneiras.

Festas de aniversário onde era possível juntar todos os amigos e brincar.

Momentos tão marcantes como dar de biberão a borregos, vê-los mais tarde a serem tosquiados. Tentar montar um borrego... e ir ao chão.

Mas a imagem mais importante de todas era a minha avó. Para mim, este local estará sempre associado à minha falecida avó.

6 comentários:

Mafalda disse...

As saudades permitem que as pessoas de quem gostamos nunca morram.

As saudades permitem que, entre lágrimas e sorrisos, as recordações do avô, da avó e da quinta durem para sempre.

Beijinhos e bom fim-de-semana*


PS - Posso voltar? :)

Unknown disse...

Mano...

sei que deve ter sido dificil eu prefiro a recordação de como estava alguns anos atrás.

É um local que passamos à porta e portanto inevitalvelmente nao deixamos de olhar para lá.

O bom é podermos sempre recordar os bons momentos que lá passámos e as pessoas que fizeram parte dessa história. E sem dúvida a nossa avó...

Anónimo disse...

é pá... nao posso deixar de falar nas voltas de mota, os tiros de pressão de ar nas garrafas, dos curtes na fabrica e.... dos peões do velhinho escort!!!

Estamos velhos pá!

Clairvoyant disse...

Tocaste no meu ponto fraco, lembraste-me do meu avô. Não há vez que pense nele que não me venham as lágrimas aos olhos.

Ele tinha uma horta, muito bem cuidada, e portanto as minhas lembranças dele não são muito distantes das que tens do teu.

Foi a minha referência como homem, um coração bondoso que muitas vezes só sabia exprimir o que sentia pelo olhar, mas que cansado ou não, tinha sempre um lugar para mim no seu joelho ao fim do dia.

Muitas vezes ainda sinto a sua presença, e é como se o tivesse comigo de alguma forma. Fiquei com o seu relógio de pulso como recordação, que uso frequentemente com orgulho. As minhas memórias dele não precisam de muletas, mas ter aquele objecto pessoal que ele usava deixa-me senti-lo mais próximo de mim.

Foi na minha infância e adolescencia um homem que à sua maneira sempre me apoiou. Tinha uma ternura que só quem o conhecia bem se apercebia dela.

Por isso, ao teu e ao meu avô, que estejam em paz e permaneçam na memória de todos quantos lhes estiveram próximos. Obrigado por me teres proporcionado mais uma viagem à terra das lembranças e recordado mais uma vez aquele que para mim foi um gigante no meu mundo.

Unknown disse...

Desejo que os nossos avôs estejam em paz. No entanto, felizmente o meu avô ainda está vivo e a viver confortavelmente com o meu pai.

Clairvoyant disse...

Aproveita enquanto ele está deste lado, porque embora saibamos que não há volta depois de partirem, quando somos confrontados com essa realidade é que a coisa bate e percebemos no nosso coração que de facto acabou e que agora só restam as memórias. Pelo que percebi, tiveste essa experiência com a tua avó.

Um abraço e saúde para o velhote, que se aguente nas canetas e com boa disposição uns bons anos ainda.