19 setembro 2008

Capitalismo



No jornal SEXTA, a jornalista Joana Amaral Dias escreveu um artigo deveras interessante sobre o capitalismo no seu melhor...
A ideia é simples: "Ora vamos lá lixar o estúpido do ignorante e se ele quer uma casa vamos emprestar-lhe o dinheiro mas como como isto é uma empresa privada e tem de dar lucro vamos ter de cobrar um spread ajustado à concorrência, ou seja 8%.". Não, não queria dizer 0.8% é mesmo 8%. Pelo que li e ouvi (não me apeteceu verificar ao pormenor) a taxa de juro do fed podia estar a 3% mas o consumidor pagava a mais de 10%!

Mas como o juro estava barato(!) e a casa vale mais 10% daqui a 10 anos, em vez de lhe emprestar-mos o dinheiro para a casa vamos emprestar-lhe 110% deste valor para assim poder comprar um pequeno carro V8 de 4L e 215cv de potência...

Passados alguns anos as casas deixaram de valorizar assim tanto e as pessoas começaram a passar dificuldades e pensaram: "Espera aí? Neste momento não consigo pagar o empréstimo e ter dinheiro para comer. Se não comer morro, se não pagar a casa ficam-me com a casa, como a casa já vale menos do que a dívida o melhor é entregar a casa, comprar comida e já agora comprar uma rolote para viver enquanto as coisas não melhorarem"

E as empresas que foram feitas para ter lucro (e distribuiram-na muito bem pelos acionistas e CEO's da empresa) vêm-se a receber cada vez menos pelo que emprestaram e em compensação com casas que valem menos a cada dia que passa.

Ups! E agora? Temos que pagar aos trabalhadores e aos outros bancos que nos emprestaram dinheiro. Será que eles aceitam como meio de pagamento casas? Parece que não...

E agora? vamos à falência? Não! Vamos pedir ajuda ao governo não é para isso que ele serve? Ajudar as empresas que lucraram milhões durante anos e que agora estão em risco de falência.

Conclusão da historia:
Aquilo que os EUA menos têm é justiça social, praticamente tudo o que existe é particular e o cidadão dos EUA tem de pagar esses serviços porque o estado não o ajuda (mas pagam imensos impostos para patrocinar as guerrinhas do Bush).

O problema é que num país normal, quando uma empresa faz asneira, vai à falência e os seus donos perdem. Nos EUA os donos e administradores telefonam aos amigalhaços da casa branca e o estado "responsabiliza-se" pelas percas, como os estado é gerido pelo dinheiro dos contribuintes o consumidor vai pagar as asneiras destes senhores... 2 vezes.

Num pais a sério os que ganham mais contribuem mais para ajudar os mais necessitados, nos EUA os mais necessitados pagam 2 vezes as empresas privadas. Pagam quando são "roubadas" com os juros e pagam quando as empresas estão na falência.

Os responsáveis que ganharam milhões de prémios de desempenho vão continuar a ganhar milhões naquela ou noutra empresa qualquer.

Nisto tudo, só estou feliz por uma coisa: Ainda bem que não vivo lá!

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